era isto que querias? então toma!

Se há coisa que me irrita profundamente, e entre muitas esta é aquela que mais me tira do sério. Pelo menos hoje, já que a vivi à pouco. Vinha eu, na minha vidinha, muito descansadinha e a cantarolar ao som já nem me lembro de quem, nas ruas da minha cidade a caminho de casa. Apresentando-me sempre pela minha direita como mandam as leis do código da estrada e, com um pormenor muito importante, sem num tipo de sinalização que me retire o direito a ter prioridade sobre que me aparece pela minha esquerda. Até aqui tudo bem, mas eis, que inesperadamente me deparo com a frontaria de um carro de luxo, daqueles todos polidos e cheios de cromados, a vir determinado a ocupar o mesmo espaço físico que o meu maravilhoso caixote, ou melhor, um jipe com dez anos de idade. Continuei o meu caminho, pois a lei assim me permite e não é que o franganote com pinta de rei do hip-hop do casal ventoso, ainda me apitou e barafustou como se eu, que vinha no lado direito da lei, estivesse a fazer uma grande asneira. Foi atrás de mim por alguns minutos, já que as ruas são estreitas e com sentidos limitados, a mostrar a sua real indignação com sinais de luzes, e gesticular no seu interior. Devia ser alguém muito ocupado, já que estava tão apressado ou era isso ou a falta da passadeira vermelha para tal imponente personagem passar, só pode! Há com cada um...

Polly